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O DIREITO NA IMAGEM TELEVISIVA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO: a TV Justiça e o barroco digital
Última alteração: 2016-01-21
Resumo
No presente trabalho tomar-se-á uma postura de indagação perante a TV Justiça brasileira, perquirindo-se através de uma análise geral de seu surgimento dentro da evolução da cultura televisiva brasileira, acerca de sua natureza enquanto emissora pública, e analisando a sua grade de programação, para que se possa averiguar se este instrumento comunicativo pode ser identificado como fruto do ambiente sócio-histórico que o autor americano Richard K. Sherwin, com o movimento do Realismo Jurídico Visual, identifica como “Barroco Digital” ("Digital Baroque"), no qual a sedução das imagens digitiais da contemporaneidade guarda semelhanças com o processo de construção da percepção de realidade que ocorria no mundo Barroco dos Séculos XVII e XVIII. O método utilizado será o dedutivo, tendo em mente as noções advindas da perspectiva do pragmatismo, mormente naquele estruturado pelo raciocínio semiótico de Charles Sanders Peirce, que evoca uma noção de que a verdade se constrói através da percepção de sua utilidade, e cuja construção lógica de Peirce, particularizada pela tripartição dos elementos comunicativos (representativos) em três instâncias, ícone, índice e símbolo, revela uma compreensão de que a linguagem se faz presente em uma pluralidade de mecanismos, dos quais o direito, a arte e a televisão fazem parte e têm na imagem um ponto de interseção muito importante. Os resultados principais levam em conta uma análise da grade de programação da emissora, identificando-se quatro tipos de programas, Jornalísticos, Educativos, Culturais e Institucionais, e as conclusões se voltam para a confirmação da hipótese central do trabalho, em especial quando se leva em conta o principal programa do canal televisivo, o "Direto do Plenário".