Última alteração: 2017-09-26
Resumo
O OBJETIVO deste estudo é analisar a participação do intelectual Pedro Calmon (Pedro Calmon Moniz de Bittencourt), na construção da memória da Medicina na Bahia e no Brasil, através de seu arquivo pessoal e, mais precisamente, da série epistolografia. Pedro Calmon foi escritor, jurista, professor, historiador, biógrafo, ensaísta e orador brasileiro. Como membro da Academia Brasileira de Letras e de várias outras instituições acadêmicas, a exemplo da Academia das Ciências de Lisboa, Academia Portuguesa de História, Sociedade de Geografia de Lisboa, legou à cultura uma série de publicações, a citar algumas delas: “História de D. Pedro II”, em cinco volumes; “História Social do Brasil”, em três volumes; “Curso de Direito Constitucional”; “Curso de “Teoria Geral do Estado”. Pedro Calmon publicou quatro livros sobre Castro Alves (1847-1871 - nasceu na Bahia, filho do médico Antônio José Alves e também professor da Faculdade de Medicina de Salvador, e de Clélia Brasília da Silva Castro), o último grande poeta da Terceira Geração Romântica no Brasil e considerado "O Poeta dos Escravos" e como a expressão em poesias pela indignação aos graves problemas sociais de seu tempo. Portanto, Pedro Calmon, em epístolas, impressiona pela extensão e qualidade de seu conteúdo, destacando-se como verdadeiro patrimônio da cultura brasileira. As cartas desse insigne homem da cultura, encontram-se disponíveis no Centro de Memória da Fundação Pedro Calmon, instituição que divulga a história da Bahia, através da preservação e ordenação de arquivos privados de personalidades públicas, bem como de realização de exposições, seminários e cursos de formações, disponibilizados ao público. A citada Fundação é também responsável pelo Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia (MGRB). A partir desta pesquisa, tratar-se-á da organização e divulgação do arquivo epistolográfico de Pedro Calmon, com destaque para reflexões acerca do papel da Arquivologia e da Ciência da Informação à manutenção e evidência da memória de homens da cultura, representantes de renovações políticas e sociais. Neste caso, especificamente, e fazendo valer a temática do painel “Memória, Identidade e Cultura” do Medinfor IV, destacar-se-á informação sobre a institucionalização das raízes da Medicina no país, por meio das memórias de Pedro Calmon dispostas em sua epístola. Aos MÉTODOS, aplicaremos conceitos ligados a Arquivologia contemporânea e a Diplomática com intuito de discutir contextos antroponímicos e toponímicos, na grafia das cartas manuscritas de Pedro Calmon, voltados à contribuição da memória da Medicina no Brasil. Para tanto, a pesquisa documental valerá nas diversas obras de autores clássicos e contemporâneos, relevantes ao estudo sobre arquivos pessoais, memória, disseminação, cultura e identidade, vistos em Edward Said, Zeny Duarte, Eneida Baumann, Jacques Le Goff, Michel Foucault, Armando Malheiro, Fernanda Ribeiro, Michel de Certeau, Roger Chartier, Heloísa Liberalli Bellotto, Maria Helena Flexor, Natália Tognoli, Ana Célia Rodrigues, Terry Eastwood, Luciana Duranti, Jacques Derrida, Ana Maria de Almeida Camargo. Os RESULTADOS apontarão para uma perspectiva transdisciplinar de novas práticas do campo da Arquivologia com outras áreas fronteiriças da temática em destaque. E, para CONCLUIR, esta produção oportunizará diálogo entre as áreas da Arquivologia, Ciência da Informação, Memória, Cultura e Medicina, apontando para várias possiblidades de estudos socioculturais, centrando, no entanto, o debate, naquilo que mais interessa a esta pesquisa, sendo, neste momento, original e, provavelmente, inédita ao descortinar a memória da construção da Medicina na Bahia e no Brasil, através da epistolografia do arquivo pessoal de um dos mais importantes nomes da educação e cultura da Bahia / Brasil.
Palavras-chave: Memória da Medicina – Bahia e Brasil. Pedro Calmon - Arquivo pessoal. Epistolografia – Arquivo Pessoal