Faculdade de Letras da Universidade do Porto - OCS, MEDINFOR IV - A Medicina na Era da Informação

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A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO DO PORTAL INSTITUCIONAL BVS FIOCRUZ À LUZ DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO
Márcio Bezerra da Silva, Zeny Duarte

Última alteração: 2017-10-18

Resumo


1 INTRODUÇÃO

Em tempos atuais, permeados pelo surgimento de inúmeras tecnologias computacionais, torna-se evidente o acontecimento de uma espécie de nova explosão informacional enquanto um cenário de produção de conteúdos do século XXI, já que “o Desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) estão alterando o processo de comunicação da ciência e seus impactos na sociedade” (VEIGA; MACHADO; ALVES, 2013, p.1). Devido a esta demanda, faz-se necessário organizar esses conteúdos e apresentá-los de forma compreensível a quem necessitar, especialmente no ambiente digital, alimentado pelos mais variados tipos de informação e diversificado perfil de pessoas.

A supracitada contextualização vai ao encontro do recente cenário vivido pela informação em saúde no país, um campo de estudo que se apresenta em uma linha de produção científica crescente, “[...] de extrema importância ao bem-estar social” (COSTA, 2009, p.312)  e que objetiva “[...] reforçar os direitos humanos, contribuir para a eliminação da miséria e das desigualdades sociais e, ao mesmo tempo, subsidiar o processo decisório na área de saúde, em prol [...] à singularidade de cada indivíduo e ao contexto de cada população” (BRITO et al., 2009, p.368). Tomando como base a compreensão de Targino (2009, p.54), a informação em saúde busca “[...] detectar problemas individuais e coletivos do quadro sanitário de uma população, oferecer elementos que subsidiem a análise rigorosa desse quadro e, então, apresentar alternativas para minimizar a situação encontrada.

Acompanhando as dinâmicas presentes nas sociedades, tanto no aspecto econômico, quanto no tecnológico, a informação em saúde transcendeu o ambiente físico, como as bibliotecas físicas e laboratórios, para um enraizamento na Internet, com fins de publicação, acesso e preservação, já que tal inovação tecnológica “[...] possibilita maior dinamismo nos fluxos de informação e propicia o seu compartilhamento simultâneo por diferentes atores, independentemente da localização física onde estiverem” (FONSECA et al., 2012, p.91). Entretanto, apesar da expansão territorial, para que os conteúdos sejam acessados de forma compreensível e dinâmica, demandam-se pesquisas e produtos que permitam uma funcional organização da informação (OI) nos ambientes da Internet, ação conceituada como “[...] um processo de arranjo de acervos tradicionais ou eletrônicos realizado por meio da descrição física e de conteúdo (assunto) de seus objetos informacionais” (CAFÉ; SALES, 2010, p.118).

Diante da importância da OI nos recentes ambientes digitais, encontra-se na Ciência da Informação (CI) um arcabouço teórico e interdisciplinar que nos permite compreender a supracitada ação para além de uma técnica usada em bibliotecas físicas, mas uma forma de estruturar a informação em websites, pensamento que vai ao encontro da Arquitetura da Informação (AI), área preocupada em “[...] descrever o processo de design, implementação e avaliação de espaços de informação que são humanamente e socialmente aceitáveis pelas partes interessadas” (DILLON, 2002, p.821). Pode-se entender que a AI “[...] perpassa a apresentação da informação para os usuários, englobando também elementos relacionados à estrutura do ambiente informacional (DIAS; VIDOTTI, 2012, p.119) a partir de quatro sistemas, no caso deste trabalho, com enfoque no modelo de organização, responsável em instruir como será “[...] apresentada a organização e a categorização do conteúdo” (AGNER, 2009, p.97).

A necessidade de estudos sobre a estruturação de websites, com base na AI, vai no sentido das plataformas virtuais/digitais, ambientes naturalmente propagados na Internet e que buscam permitir “[...] o acesso remoto a recursos de informação (bases de dados bibliográficas e de referência, catálogos de biblioteca, textos completos), recursos de difusão (edição eletrônica de publicações e acesso via web a textos completos [...] (BORON; GONZÁLEZ, 2004, p.12). Nesse sentido, evocamos a biblioteca virtual (BV) como um espaço que “[...] constitui uma experiência "como se" fosse uma biblioteca, porém se acessa a seus serviços à distância, geralmente através do computador e da Internet” (BABINI; FRAGA, 2004, p.22, grifo dos autores).

As BV também se apresentam como realidade no campo da saúde, culminando em esforços que geraram a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), ou seja, segundo o website da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)[1] (2016), “[...] um projeto liderado pelo Centro Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/Opas)[2], em conjunto com o Ministério da Saúde, para a ampliação do livre acesso à informação em saúde”. No caso do Brasil, nos é possível citar o espaço digital criado e disponibilizado na Internet, intitulado de BVS FIOCRUZ[3], disponibilizando BV temáticas e biográficas.

Partindo da crença sobre a importância da AI na criação e estruturação de BV, assim como já defendia Balbini e Fraga (2005, p.27) ao afirmarem que “veremos novas especializações para o trabalho nas bibliotecas virtuais, com profissionais com formação em arquitetura da informação [...]”, o presente estudo tem como objetivo geral investigar a BVS FIOCRUZ à luz da AI. Além disso, objetivamos, especificamente, elencar as BV da rede BVS FIOCUZ e analisar a organização da informação das BVS FIOCRUZ segundo a perspectiva das dificuldades.

2 PORTAL INSTITUCIONAL DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE FIOCRUZ

Em tempos recentes, o paralelo criado entre a confecção de portais temáticos e o a disponibilização de várias BV tem sido uma constante. Websites são planejados como uma espécie de ambiente central, oferecendo recursos que permitam a navegação entre as BV, hospedadas (linkadas) no portal, e a utilização dos serviços disponibilizados aos usuários. Revisando, Babini e Fraga (2004, p.24) asseveram que:

[...] os portais temáticos que nasceram com a web e oferecem os serviços habituais das bibliotecas virtuais (consulta de bases de dados, leitura de textos completos, diretório de referências, respondendo a consultas); [e] bibliotecas virtuais temáticas que se desenvolvem com coleções digitais fornecidas por diversas bibliotecas e instituições que participam do projeto.

Foi na década de noventa que o interesse pelos estudos sobre BV se intensificaram, especialmente pelo fato deste momento marcar o início do uso da expressão “biblioteca virtual”, empregado “[...] para designar as bibliotecas que oferecem acesso a informação digital, utilizando diversas redes, incluindo internet e web, considerando-os sinônimos de biblioteca digital e biblioteca eletrônica” (BABINI; FRAGA, 2004, p.23). Visto assim, vislumbrar um portal temático da FIOCRUZ, com fins de disseminação de informação, é entender que “a saúde é recurso imprescindível em toda e qualquer sociedade, pois ter informações atualizadas sobre saúde é fundamental para tomada de decisões por governantes e profissionais da área de saúde” (SANTANA; FERREIRA; RIBEIRO, 2009, p.318). Seguindo esta linha de pensamento, “pressupõe-se assim que o desenvolvimento de bibliotecas virtuais temáticas em saúde seja uma forma de contribuir para a cidadania dos indivíduos” (FONSECA et al., 2012, p.91).

Após muitas discussões sobre a proposta de criar um portal, em 2004 foi definido um plano de trabalho, idealizado conforme a participação de várias unidades e instâncias da FIOCRUZ, como “[...] uma forma de “acondicionar” o conhecimento gerado na Fundação e em suas relações com as instituições parceiras em algo transparente e ainda permitir interatividade com a população” (BRANDÃO, 2005, p.72). De acordo com Duarte; Farias (2009, p.11), trata-se de uma conjunção profissional “[...] no âmbito dos estudos em arquivologia, biblioteconomia, ciência da informação e comunicação na sua relação com as áreas da saúde, quando o assunto é acesso à informação médica”. Brito et al. (2009, p.372-373) complementam ao compreenderem que “a área de informação em saúde é uma das que mais crescem. Consequentemente, ela exige novas necessidades de competências profissionais”.

Para tanto, “foi realizado um mapeamento dos sítios das unidades das áreas de Comunicação e Informação e realizadas reuniões com representantes das unidades para apresentação e validação do modelo proposto” (BRANDÃO, 2005, p.73). Definido o mapeamento, deu-se início a produção de conteúdos e a redação. A edição desses conteúdos ficou a cargo dos gerentes funcionais, de cada parte do portal, em parceria com cada representante de unidade. A equipe do portal era formada por conteudistas, desenvolvedores, operadores do website, designers e responsáveis pelo atendimento ao público, como uma espécie de ouvidoria que, até então, não existia na FIOCRUZ (BRANDÃO, 2005).

Entretanto, apesar do mapeamento realizado e da equipe formada, questões perduraram, especialmente quanto a “cara” do portal, talvez por uma possível confusão conceitual entre biblioteca digital/virtual e portal. O debate concentrava-se em definir qual a “[...] “paisagem” seria exposta nessa janela. Que FIOCRUZ seria mostrada? A da pesquisa? Do Ensino? Da produção? A de agente de transformação social? A autarquia política?” (BRANDÃO, 2005, p.72, grifos da autora).

Apesar da tentativa em dividir a estruturação do portal entre conteudistas e desenvolvedores, o trabalho não progrediu justamente pelo embate entre os aspectos da AI, especialmente quanto a hierarquização de assuntos/áreas, a disposição do layout e os recursos oferecidos pelo software que implementaria o portal.

Após muitas discussões, em 2007 o portal foi oficialmente lançado, chamado de Portal Institucional BVS FIOCRUZ, espaço assim conceituado pelo conglomerado BIREME/OPAS/OMS[4] (2011, p.4):

[...] é uma rede de gestão da informação, intercâmbio de conhecimento e evidência científica em saúde, que se estabelece por meio da cooperação entre instituições e profissionais na produção, intermediação e uso das fontes de informação científica em saúde, em acesso aberto e universal na Web.

Em 2012, a nova versão do portal institucional foi lançada com foco nos serviços aos cidadãos (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2016). Nesse portal é possível encontrar as BV da FIOCRUZ, assim elencadas: aleitamento materno; bioética e diplomacia; biográfica Adolpho Lutz; biográfica Carlos Chagas; biográfica Sérgio Arouca; determinantes sociais em saúde; doenças infeciosas e parasitárias; educação profissional em saúde; história e patrimônio cultural da saúde; integralidade em saúde; pensamento social; e saúde pública (BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE FIOCRUZ, 2016).

Cada BV, no visto de suas características, pode ser estudada à luz da AI enquanto uma proposta que nos permite analisar os websites a partir da sua criação e estruturação frente aos moldes como a informação está organizada e apresentada às necessidades dos usuários, que por sua vez estão cada vez mais íntimos das recentes TIC.

3 RESULTADOS PRINCIPAIS

Por meio de uma metodologia formalizada pelas pesquisas aplicada e bibliográfica, pelas abordagens de coleta de dados quantitativa e qualitativa, realizada nos meses de maio e junho do corrente ano, além do campo de estudo constituído pela BVS FIOCRUZ, foi possível identificar que tal ambiente digital possui uma interface de portal, apresentando as informações por seguimentos e não por assuntos e/ou campos de autoria como normalmente acontece nas bibliotecas digitais/virtuais. Mesmo assim, vale salientar que, como existem muitas bibliotecas que fazem parte da rede BVS FIOCRUZ, de fato, a melhor solução é particionar o portal em ambientes, produtos e serviços da Instituição.

Outro ponto perceptível, após a navegação no portal, foi a identificação de que o ambiente teve a sua criação centrada no usuário que tenha noções sobre o conhecimento produzido pela Instituição em saúde, não apresentando mínimas informações (prévia) sobre as características de cada BV. Com base nesse raciocínio, presume-se que o usuário “comum” é incitado a acessar diretamente a BV de seu interesse ou buscar informações no campo intitulado “Pesquisa na BVS”, pois os assuntos em saúde não se encontram explícitos na homepage.

Ao longo da análise, percebeu-se que a BVS FIOCRUZ oferece 12 BV, podendo ser classificadas da seguinte forma:

  • Biográficas: Adolpho Lutz, Carlos Chagas e Sérgio Arouca;
  • Temáticas: aleitamento materno; bioética e diplomacia; determinantes sociais em saúde; doenças infeciosas e parasitárias; educação profissional em saúde; história e patrimônio cultural da saúde; integralidade em saúde; pensamento social; e saúde pública;

Entretanto, apesar da BVS FIOCRUZ disponibilizar 12 BV, durante a pesquisa foram encontradas mais duas BV, informadas no website da FIOCRUZ, na seção BV em saúde[5], ou seja, as temáticas: envelhecimento; violência e saúde. Quanto aos preceitos da AI, com ênfase no sistema de organização, deflagrou-se que as BV identificadas não apresentam uma espécie de interface padrão, o que pode dificultar a apresentação de conteúdos e a navegação dos usuários. Logo, adotando o portal institucional como o modelo (padrão) entre as BV da FIOCRUZ, a análise da OI é realizada a partir da Perspectiva das Dificuldades conforme os resultados que podem ser observados no quadro 2, segundo as dificuldades Ambiguidade (1), Heterogeneidade (2), Diferenças nas Perspectivas (3), Políticas Internas (4) e Estética (5) dos ambientes digitais estudados.

Conforme a análise das BV, não foram encontradas Ambiguidades entre as informações dispostas em suas páginas, assim como também não ocorrem Heterogeneidade entre os conteúdos, pois inexiste a apresentação de objetos interativos e textuais no mesmo espaço. Nesse caso, devemos mencionar que há a disponibilização de conteúdo multimídia na BV biográfica Sérgio Arouca, clicando na opção chamada multimídia, porém os recursos estão organizados (separados) por links categoriais, ou seja, por áudio, vídeo e imagens.

Entretanto, foram identificados problemas quanto as Diferenças nas Perspectivas pela existência de apresentações (interfaces) diversas entre as BV conforme o enfoque de cada espaço digital, sendo as mais próximas do modelo institucional: alimento materno; bioética e diplomacia; determinantes sociais em saúde; integralidade em saúde; e saúde pública.

Ao comparar a interface da BV biográfica Adolpho Lutz com o portal institucional (figura 1) é possível verificar que cada website possui formas distintas de organizar a informação e estruturar o ambiente, negativa que vai ao encontro das Políticas Internas, já que a maioria enfatiza os elementos “temas” e “literatura científica e técnica”.

Surge a impressão de que as informações referentes aos “temas” e a “literatura científica e técnica” são valorizadas por algumas BV em relação a outras, como: aleitamento materno; Adolpho Lutz; Carlos Chagas; doenças infeciosas e parasitárias; educação profissional em saúde; e saúde pública. Ainda, vale mencionar que o portal (figura 5) pode apresentar, ou não, uma diferenciada valorização entre alguns itens, como é o caso do elemento “periódicos” (faixa central), não situado na mesma faixa das “BV da FIOCRUZ”.

Quanto a Estética, a negativa fica por conta da BV pensamento social ao carecer de um design que valorize as informações disponíveis.

A BV pensamento social necessita de um design mais agradável (atrativo), minimizando os espaços vagos, que podem chamar mais atenção do que as informações disponibilizadas. Por outro lado, encontramos uma valorização ao design em relação ao menu de navegação da BV biográfica Sérgio Arouca.

Em suma, foi possível perceber que no portal institucional BVS FIOCRUZ, ou seja, o website (página principal) e as BV temáticas, não existem as dificuldades Ambiguidades e Heterogeneidade. Por outro lado, existem problemas quanto as Diferenças nas Perspectivas e quanto as Políticas Internas, pois nos permitiu inferir que o portal institucional não é adotado como um website modelo (padrão). Nesse sentido, os problemas vão ao encontro da forma como cada BV organiza a informação e estrutura o seu ambiente, valorizando os conteúdos segundo suas peculiaridades (temáticas).

4 CONCLUSÕES

Com um olhar na sua presença e importância nas sociedades, a informação vem se mostrando um objeto de valor nos mais diversos seguimentos, ente os quais destacamos o âmbito científico. A informação direciona os povos ao apresentar o fomento necessário para a realização de pesquisas, assim como se transformará em resultados a serem disseminados e aplicados em prol da humanidade. Nesta linha, encontra-se a área da saúde, que por sua vez apresenta uma linha de produção científica crescente no país, formalizando o que chamamos de informação em saúde, compreendida como uma tipologia que promulga o bem-estar social no esforço aos direitos humanos, eliminação das desigualdades sociais e oferta de subsídios à tomada de decisão em áreas como medicina, biologia, genética, química etc.

No cenário da informação em saúde destaca-se a FIOCRUZ, que possui uma significativa trajetória no caminho da produção científica até a disponibilização de seus conteúdos na rede mundial de computadores. Objetivamente, neste cenário, a FIOCRUZ teve como momentos e ações marcantes a criação do próprio Instituto, participação em evento internacional e premiação, criação de programas/planos, realização de conferências e seminários, criação de centros de pesquisa, institucionalização de uma rede pública nacional, concepção de um museu, criação de periódicos científicos e lançamento de dois mestrados profissionais e de um curso de especialização.

Todos os supracitados momentos e ações subsidiaram a criação do portal institucional BVS FIOCRUZ, pois ao passo que fazia a ciência em saúde, a Instituição seguia os acontecimentos tecnológicos contemporâneos à época, ao entender que as TIC devem ser adotadas e utilizadas como instrumentos que permitam uma melhor performance dos produtos e serviços institucionais na disseminação da informação.

No vislumbre de que as TIC modelam as formas de comunicação da ciência frente as necessidades dos usuários, a FIOCRUZ lança o seu ambiente digital na Internet, intitulado de portal institucional BVS FIOCRUZ, entretanto não basta oferecer tal espaço sem levar em consideração a forma como as informações serão organizadas e o ambiente será estruturado, indo ao encontro da interdisciplinaridade defendida pela CI, especialmente nos estudos sobre AI em websites. Por natureza, a CI apresenta investigações sobre a OI, o que deixa de ser uma ação única nos ambientes físicos e transcende aos espaços digitais. É exatamente neste momento que devemos mencionar a AI, no caso deste trabalho, com ênfase em seu sistema de organização, componente responsável pela categorização e ordenação das informações e relacionamento lógico entre elas.

Analisar um website a partir do sistema de organização da AI é criar as pontes necessárias entre uma informação compreensível e o usuário a que dela necessita. Neste caso, a FIOCRUZ deve levar em consideração as Perspectiva das Dificuldades, tanto no portal institucional, quanto nas BV temáticas, espaços que formalizam a rede BVS. Ao analisar o portal institucional BVS FIOCRUZ à luz das Perspectiva das Dificuldades, faz-se necessário um re-design da interface do website com fins de equilibrar as particularidades institucionais com as necessidades dos usuários.

Segundo a análise do portal institucional BVS FIOCRUZ foi possível identificar que os problemas estão concentrados, minimamente, na Estética, e com ênfase nas Diferenças nas Perspectivas e nas Políticas Internas, nos levando a concluir que os problemas identificados vão ao encontro da forma como cada BV organiza a informação e estrutura o seu ambiente, valorizando os conteúdos segundo suas peculiaridades (temáticas) ao passo de não adotarem o portal institucional como um website modelo. Acredita-se que assim, os usuários sentem-se perdidos frente aos diferentes designs, além de interferir negativamente na forma de navegar pelo website e buscar o que deseja.

A presente pesquisa representa a primeira parte de uma investigação maior sobre o sistema de organização da AI no portal institucional BVS FIOCRUZ. Futuramente, outras vertentes de organização serão estudadas com fins de analisar o portal à luz da AI.


[1] Site: http://portal.fiocruz.br/pt-br

[2] Biblioteca Regional de Medicina/Organização Pan-Americana da Saúde.

[3] Site: http://bvsfiocruz.fiocruz.br/

[4] Organização Mundial da Saúde.

[5] Site: http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/bibliotecas-virtuais-em-sa%C3%BAde