Faculdade de Letras da Universidade do Porto - OCS, MEDINFOR VI - A Medicina na Era da Informação

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Visualização da Informação na Área da Saúde: Pandemias uso de infográficos na organização da informação
Francisco Carlos Paletta, Helio Ohmaye

Última alteração: 2023-08-14

Resumo


OBJETIVO

A sociedade e a cultura humana são moldadas através de fenômenos como surtos das doenças infecciosas. Com elevada taxa de mortalidade, os surtos determinam resultados de guerras, dizimam populações e sociedades, mas permitem inovações e avanços em diversos campos como medicina, saúde pública, economia e política. Tradicionalmente denominado de praga, a cada novo surto pandêmico, recebe o conhecimento do tratamento anterior estabelecido pela comunidade envolvida com a saúde pública e molda os princípios básicos das ciências de saúde moderna.

O trabalho tem como objetivo analisar a incidência das principais pandemias documentadas que assolam a humanidade do século II até os dias atuais, apresentar as medidas de caráter médico-social e, sempre que possível, o infográfico contendo resultados obtidos. Esta ferramenta, infográfico, apresenta a versatilidade de divulgar e transmitir informações e conhecimentos científicos em linguagem adequada ao público não familiarizado com termos especializados. A visualização ajuda a explicar o conteúdo intrínseco dos dados pela redução de dados complexos em gráficos de fácil entendimento.

 

MÉTODO

O levantamento documental envolve a revisão bibliográfica de conteúdo em dispositivo analógico, como livros e revistas, a pesquisa bibliográfica digital disponível em base de dados editoriais específico em Ciência da Informação - BRAPCI, as multidisciplinares Web of Science e Scopus e acadêmica - Google Scholar e disponíveis em formato open access (acesso aberto), artigos em periódicos de notícias textos de blogs, relacionados para a devida contextualização das pandemias pesquisadas e não inclusão de conteúdo pertencente a redes sociais, e visa identificar padrões relativos às origens dos surtos. Para o recorte temporal, a preferência recai sobre conteúdo publicado a partir dos anos 2000.

 

RESULTADOS

O trabalho apresenta os principais surtos pandêmicos documentados ao longo da história humana, com quantidade total de mortes estimada, superior a 3 milhões e extensão até o século XXI. A abordagem cronológica da pandemia oferece uma introdução ao comparar o conhecimento na época com o atual entendimento científico da doença, através da decodificação de DNA primitivos. As pandemias evoluem ao longo da humanidade, com ocorrência continuada em ciclos, se espalham com rapidez, transportados junto com as primeiras migrações humanas. O espalhamento de agentes infecciosos ocorre ao longo de passagens militares e/ou rotas comerciais, agravado pela crescente mobilidade humana, atual globalização e a transferência de patógenos, como bactérias e vírus, de animais para humanos aglomerados em comunidades urbanas; o conjunto composto por velocidade e forma de transmissão, resulta na exposição massiva de pessoas infectadas e incubadas, responsáveis pela disseminação. Inicialmente tratada com interesse, horror e pânico; porém, com a diminuição da crise sanitária, sobressai o desinteresse, a desatenção e o descuido. O Infográfico seguinte apresenta a quantidade de mortes, em ordem decrescente, para as pandemias apresentadas.

 

CONCLUSÕES

A quantidade elevada de óbitos pode ser creditada às mutações desenvolvidas pelos patógenos e alterações no comportamento humano. Na transição entre os séculos XIX e XX, o conhecimento adquirido com as observações e medidas adotadas durante as pandemias anteriores, como tratamento da água consumida, coleta e tratamento do esgoto e prevenção da presença de mosquitos e ratos, permitem evitar e controlar as infecções. Exemplo de pandemia, que se espalha globalmente no início do século XX, a comunidade médica deixa um legado de ensinamentos de extrema utilidade, relacionadas às normas sanitárias, para enfrentamento de surtos futuros. Como destaques, a inexistência da infraestrutura de saúde para recebimento e tratamento adequado de pacientes, por parte de aglomerados urbanos, durante os períodos de crise, e a resposta científica adequada e imediata para uma solução eficaz de combate à pandemia.

Em relação ao tratamento, ou em sua ausência, a resposta depende de intervenção não farmacêutica, como internação, medidas de distanciamento e isolamento social, paralização de atividades econômicas não essenciais, aprovação emergencial de políticas destinadas à redução de propagação do patógeno e a descrença alimentada por autoridades políticas em relação à gravidade, o que resulta na dificuldade de implementação de resposta da saúde pública. As respostas das autoridades de saúde pública refletem a nova fidelidade à ciência e à sociedade; as comunidades médica e científica desenvolvem novas teorias, projetam medicamentos e as aplicam na prevenção, diagnóstico e tratamento dos pacientes, com objetivo de reduzir a mortalidade de doenças infecciosas. Apesar de similaridades, persiste a necessidade de esforços para aprimorar a coordenação e planejamento de recursos para conter e mitigar as futuras e políticas adequadas na resposta aos surtos.

Palavras-chave: Ciência da Informação; Organização da Informação; Infográfico; Pandemia.